Sobre reencontros e o encerramento de um ciclo

O ano era 2017. Eu era um semi-frustrado aluno do curso de computação, começando a pensar em seguir novos caminhos, que se materializaram na minha mudança de curso, que falo mais aqui. Considero especialmente este ano o fim de um ciclo na minha vida, ou pelo menos o início dele, pois estamos em 2019 e aqui estou eu, ainda a falar deste encerramento, que quis acontecer quase como o sumir de um degradê, mas que especialmente agora, podemos dizer que ele se encerrou.

2017 foi o meu último ano no campus da UFC em Russas e também o ano que construímos a Semana de Engenharia de Software e Ciência da Computação — SESCOMP, evento que já existia desde 2015, ano de inauguração do prédio do campus, mas pelas mãos dos professores. A história do evento se confunde com a história do campus, ambos com 5 anos de existência em 2019, e com a de nós alunos, que passaram a organizar o evento a partir da terceira edição. Era fim de 2016 quando o professor Dmontier reuniu um grupo de alunos, aqueles com interesse em realização de eventos, “passando o bastão” da organização da Sescomp para nós, alunos, e que deu início ao evento que temos hoje, que tenho orgulho de ter ajudado a construir, diretamente em 2017 e com uma pequena contribuição em 2018. A verdade é que, como qualquer coisa que construímos, tendemos a nos apegar e esse apego, as vezes, nos impede de seguir em frente.

Dias de reencontros, lembranças e nostalgia

E essa semana, lá estava eu no evento. Dois anos após sair do campus, é sempre muito bom poder voltar, rever os colegas, professores e funcionários, a cada corredor, um reencontro e uma história. E claro, novas pessoas, novas amizades, algo que consegui ver especialmente este ano. Isso tudo me fez refletir sobre meu apego ao evento, aquelas pessoas, aquele campus. Diferente do ano passado, quando ainda estive envolvido na organização, este ano eu fui sem saber bem o que esperar.

Acabei pegando a câmera e me encaixando junto ao time das fotos, mas meu crachá era de participante. Na organização, vi uma mescla de velhos colegas com novas pessoas, a maioria vivenciando sua primeira Sescomp, além do surgimento de novas lideranças, o processo natural e necessário. Mas nas trincheiras, lá estava o Marcos Alencar, colega de turma, de organização da Sescomp e de Arraylist, uma espécie de time aleatório que formamos junto com a Lavínia lá em 2017, uma amizade inesperada que o evento me deu. Já formado e no mercado, Marcos voltou para fechar o ciclo, com direito a merecida homenagem no fim do evento. Simbolicamente, não é apenas o fim do ciclo dele, mas de toda a “velha guarda”, na qual me incluo. Foram 5 edições do evento, com contribuições mais diversas, seja ministrando palestras e oficinas, seja como organizador.

Não direi não chorem, porque afinal nem todas as lágrimas são ruins. — Gandalf

Essa é a frase de Gandalf no fim de Senhor dos Anéis, e assim como nem todas as lágrimas são ruins, despedidas também não devem ser. É difícil desapegar de algo que construímos com tanto carinho e dedicação, de uma fase tão gostosa das nossas vidas, mas ciclos precisam terminar e o mais importante é ter a sensação de que a missão foi cumprida da melhor maneira possível. Para a vida, levaremos as amizades, os conhecimentos adquiridos, os momentos descontraídos e todas as outras experiências vividas, sejam as boas e mesmo aquelas não tão boas, afinal, aprendemos também com os erros. A Sescomp é uma construção coletiva. Novas pessoas virão, trazendo consigo novos pensamentos e perspectivas, tornando o evento ainda mais diverso e especial. Isso é fundamental para que o evento siga forte e crescendo mais a cada ano que passa. A semente está plantada. Que sejam as primeiras 5 edições de muitas e muitas.

Até logo!

Não entendam isso como um adeus. Contem com esses velhos amigos sempre que precisarem, basta procurar a gente nas ondas da grande rede.

Seguiremos nossos caminhos, mas quem sabe a gente não se cruza por aí?